sexta-feira, 8 de julho de 2011

Saudade, a que se refere? Uma dor que parece nunca ser apaziguada, um sangramento impossível de estancar, eterno como gostaríamos que todas as coisas boas fossem.

Aquele ente querido que jamais voltará para o seu lugar no sofé, jamais cortará laranja após o almoço de família, nem pedirá "bença" e um beijo na testa... (vovô Antônio).
Aquela amiga de voz rouca, magra de ruindade, de uma competência e compreensão sem tamanho (Pati - Tribos do Corpo)... e a outra, pequena pra quem via, gigante pra quem amava, milhões de idéias brotavam daquela cabecinha que só funcionava a mil por hora (Giovana - Uniararas)... ou ele, que me ajudava a matar todas as aulas de física, onde a sacada da casa servia de trampolim para a piscina e o astral era sempre, SEMPRE contagiante (Leonardo - San Conrado)...

Certas pessoas não deveriam ser levadas de nossas vidas assim, sem aviso prévio, nem escolha, soa tão cruel! principalmente pra que fica! nem temos a chance de nos despedir...essa é a saudade mais melancólica, o vazio no peito, o espaço antes ocupado jamais será o mesmo. E a certeza de que nessa vida, você nunca mais ouvirá a voz, a risada, muito menos sentir o cheiro e o calor daquele alguém é simplesmente desesperador. Porém, com Deus não se discute, aceitamos e seguimos em frente com a nossa história.

A saudade aparece também para aqueles que ficam, contudo, se foram de nossas vidas... A amiga que começou a namorar e não tem (e nem pretende ter) tempo para você, os ex-namorados que as atuais te impedem de ter contato, os primos 9as) que moram longe, as irmãs (no meu caso loucuras da minha vida!), pequenas demais para dirigir até mim e eu, ocupada demais pra achar uma brecha e viajar 450km até elas... essa saudade nos corrói por algum tempo, mas com o passar dos dias, meses, anos, acabamos a nos acostumar com ela, é como se anadássemos de braços dados com a saudade; basicamente um contrato, a levamos para todo canto e ela se contenta em nos dar um beliscão de vez em quando, quando alguma lembrança feliz ressurge das cinzas ou uma ligação inesperada.

E Então chega ela, a pior das saudades na minha opinião, aquela que você não tem controle, aquela que você se odeia por senti-la, aquela que vem quando menos se espera, se aloja em um espaço quente do abdômem e nos deixa aos prantos por horas... é a saudade de alguém que não sabe "se vai ou se fica"(conhecido também como o que não caga nem sai da moita), aquele que foi embora mas você queria desesperadamente que ficasse (mas não disse); é aquela impotência de ter que esperar o tempo dar um jeito nas coisas; é aquela saudade que você sequer esperava ter! - "Mas logo daquele safado!", pois é minha amiga, o mundo dá meia volta volver e aquele cuspe que você lançou pro alto, faz questão de esparramar bem no meio da sua testa.

É a saudade mais estúpida que ja inventaram!! Chega a ser ridiculo senti-la! Você sente falta de coisas banais como, afagar os cabelos, enroscar as pernas na hora de dormir, dar risada de coisas imbecis que só vocês viam graça, se irritar com ele tagarelando logo de manhã cedinho...e como ela vem em horas inoportunas meu Deus do Céu... quando aparece a notícia na tv (uma da madrugada) que aquela luta de MMA que vocês queriam ver, vai rolar mesmo e os dedinhos quase discam o tal número pribido... quando passa alguém com o mesmo maldito perfume ou você escuta uma piadinha idiota que ele iria adorar ouvir!

Essa é a pior saudade...ela fica lá, te consuminto todo santo dia e você não sabe nem porquê! Todos os detalhes de uma rotina insistem em te lembrar a pessoa que por algum motivo não pode ou não quer estar ao seu lado nesse momento. E de alguma forma seguir em frente sem aquele intruso nos parece cada dia mais impossível. E seguimos assim, freiando e olhando pra trás procurando algum sinal de volta dele à nossa estrada...

...Saudade Sufocada de VOCÊ...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Viver a vida não dói, o que dói é a vida que não se vive

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.



Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais. E mais. E mais.

sábado, 2 de julho de 2011

E quando a gente sente que não importa o quanto nos esforcemos, nunca seremos o bastante pra alguém... E quando a gente sente que a pessoa dos seus sonhos (que nem é muito surreal) não existe. E quando a gente que nossas conquistas não serão suficientes para saciar aquela sede interna... Quando nada parece fazer sentido e a estrada parece reta e monótona demais? E quando a gente sente que poderia ter feito tudo diferente... tudo em maior ou menos intensidade (dependendo do assunto)... E quando a vida não dá a menor dica do que se deve fazer agora??

Quando a sensação de confusão é tamanha que o sono acaba (ou nem começa) ás 4 da manhã? Quando a fuga no álcool parece mais coerente do que enfrentar o mundo e os próprios demônios... E quando se vê mulher, forte, batalhadora, dona de si e ao mesmo tempo frágil, perdida e insegura? Será possível ser duas pessoas ao mesmo tempo? Feliz e trsite, destemida e covarde, sortuda e vítima diária da Lei de murphy?! Serei a forte que se faz de fraca ou a fraca que se faz de forte?

E quando suas escolhas influenciam diretamente na vida de terceiros? Quando se precisa de uma muleta pra continuar em frente...E quando você percebe que não há nenhum motivo real para se sentir assim? Se dá conta de que realmente está na melhor fase de sua juventude, que as coisas todas estão correndo melhor do que o esperado... mas mesmo assim não consegue conter o imenso abismo dentro do peito... será que é normal se sentir perdida dentro de seu próprio contexto? seguir o fluxo do destino é tào mal assim??

Essa madrugada sofrí um acidente... eu escreví esse texto há alguns dias e ainda não o havia terminado... ter me machucado tão pouco em um acidente onde não sobrou nada do meu veículo me fez responder todas essas perguntas em segundos... E digo mais, NADA é mais importante do que a vida, e não importa quantas bobagens você já tenha feito, sempre existe um novo caminho a seguir e continuar tentando!

EU VÍ!! EU SEI!!